domingo, 15 de dezembro de 2013

O CÚMPLICE E O ASSASSINO - Capítulo 16

16
As semanas foram passando, Juliet já conversava com todos e gostava disso. Conhecia um pouco mais de cada colega a cada dia que passava. Agora sim ela estava completamente à vontade.
            Todos pareciam gostar de Juliet, e outra, ela era mais esperta que os demais, assim o grupo dela estaria em vantagem nos trabalhos. Juliet era a cabeça do grupo. “Como adoro isso”, ela refletia.
            Ainda era precipitado dizer que eles eram seus amigos de verdade, mas Juliet sentia que conseguira atingir seu objetivo principal: ter amigos.
            Ela abandonara algumas de suas regras, pois deixava as conversas fluírem. Sabia dizer o que cada um gostava de fazer – seu relatório estava certo – como, por exemplo: Billy adora praia e seu esporte favorito é o Surf; Douglas gosta de jogos eletrônicos, assim como Andrew, ambos parecem “nerds”; Lilian é muito vaidosa, adora moda e deseja ser estilista um dia; Lucy se veste bem e adora torta de limão, e parece gostar de Denny, pois trocam olhares às vezes; Denny é um cara meio sério, é comportado e gosta de rock, tinha até um projeto de uma banda, porém desistiu por causa dos estudos; Maicon, definitivamente adota o estilo skatista, gosta muito de andar de Skate e de praticar esportes radicais, atualmente ele entrou num regime rigoroso, pois é um pouco gordinho e quer emagrecer; Bryan é o melhor amigo de Maicon, pratica esportes também e é muito fã de skate, seu gênero musical predileto é o “Hip Hop”; Elita é uma pessoa tranquila e adora se maquiar, ela e Lilian trocam dicas de beleza comigo, quase diariamente; e a Carol é uma pessoa que prefere ouvir os outros, gosta de “Pop Rock” e de cinema.
            Os trabalhos escolares eram difíceis, mas tendo uma ex-aluna de escola particular no grupo, tudo ficava mais fácil.
            “Tenho amigos”, pensava empolgada.
            O dia da entrega dos trabalhos chegara. Juliet e seu grupo tiraram nota máxima: 10,0. O professor deu os parabéns para eles e para o outro grupo também, que obteve nota 9,0. Todos foram bem.
            – Sabe o que faremos? – perguntou Billy após as aulas. – Vamos todos comemorar!
            – Opa! – gritou Bryan. – Merecemos mesmo, não é Billy? Faremos uma festa, que tal pessoal?
            Todos riram e depois de minutos de discussão sobre onde fariam a festinha comemorativa, chegaram num acordo: Festa na casa de Billy, Denny e Douglas. Seria uma agitação só.
            Juliet não poderia deixar de concordar, essa festa era praticamente uma consumação de amizade. Uma confirmação de que seus amigos eram realmente seus amigos.
            A noite foi encobrindo aquela tarde. Juliet estava se preparando para a festa. Sua cabeça girava, estava carregada de coisas: amigos, festa, amigos, nota boa, amigos, felicidade, amigos e etc.
            Juliet estava diferente, parecia boba.
            Quando a deslumbrante moça desceu as escadas, com um vestido curto, simples, mas sexy, Abeline abriu a boca e exclamou: “Minha filha, você está esplendida, linda!”.
            – Pare tia Be.
            As duas riram.
            Juliet entrou no quarto de August, esbanjando junto ao perfume, uma alegria incontrolável. Seu tio deu-lhe as recomendações de sempre. E não podia faltar, é claro, o “toque de recolher”.
            – Meia-noite, moça – disse ele com sua voz baixa e meio asmática.
            – Uma hora – ela sugeriu, pois tinha que aproveitar o máximo da festa, porque nunca fora convidada para uma antes. – Por favor, tio querido...
            – Ah, sempre assim não é minha filha? Já se acostumou... Bom, não adianta discutir, não é mesmo? Até à uma hora então.
            Com um beijo estalado e um obrigado muito sincero, ela se despediu.
            Encontrou Abeline na sala e fez o mesmo.
            – Estou feliz por você, querida.
            – Sim, tia Be. Eu também estou. – E saiu.
            Chegou ao carro e já foi dizendo:
– Me deixe perto da república, tá bom? Não quero chegar neste carro lá. Combinado?
            – Sim – respondeu Alex, prontamente. – Você está muito linda – confessou ele.
            Juliet ficou sem graça. Soltou risinhos de excitação. E respondeu:
            – Obrigada, Alex.
Ela sentiu-se suando, não sabia se era por causa do calor do carro ou se era pelo elogio. Juliet ficou confusa, pois já percebera os olhares que o jovem motorista dava-lhe pelo espelho retrovisor quando andava de carro com ele. Logo concluiu que era pelo elogio do rapaz, pois o ar-condicionado estava ligado, na temperatura que ela gostava. Não tinha como suar, em relação ao calor. Ela não sabia o porquê, mas imaginou como seria o beijo de Alex. “Pare”, impôs.
            “O dia foi perfeito, e a noite... espero que seja perfeita também”, pensava Juliet, empolgada.
            Conforme o combinado, Alex a deixou uns duzentos metros de distância da república. Já dava para ouvir a música eletrônica, o volume estava bem alto. Juliet pegou um espelhinho na bolsa para olhar o seu rosto e certificar-se de que estava muito bonita.  Típico das mulheres.
            Quando a moça chegou ao portão todos se viraram para ela. Receberam-na muito bem e deram muitos elogios. As meninas a olhavam e ficavam com uma pontinha de inveja, porém tinham que admitir, Juliet estava linda.
            Estava todo mundo do grupo A na festa. Todos dançando, curtindo, bebendo e se divertindo.
            Juliet não bebia nada alcoólico, somente uns refrigerantes e nada mais. Arriscava dar uns passinhos no ritmo da música e se saia bem. A noite e a agitação foram seguindo.
Muitas pessoas entravam na cozinha para pegar bebidas ou para comer algo. Alguns passavam correndo no corredor para usar o banheiro, Juliet ria disso, mas não sabia dizer o motivo.
Às vezes Billy entrava no quarto com alguém, para mostrar algo, como por exemplo, algumas de suas medalhas, de “2º Lugar no Campeonato de Surf”, “1º Lugar - Feras do Surf”, “Provas de Verão - 3º Lugar” etc.
            Numa das paredes de seu quarto tinha um retrato, nele havia Billy numa onda gigante, sempre com sua luva da sorte, de lã preta.
            Todo mundo achava aquilo muito estranho. Onde já se viu? Em pleno verão, no mar, surfando e com uma luva? Perguntavam e Billy simplesmente respondia que era sua Luva da Sorte! Usava-a em qualquer uma das mãos, não fazia diferença.
            Na realidade não era a luva que lhe dava sorte, o que fazia de Billy um vencedor era ele próprio. Sua habilidade. Sua paixão pelo mar. Seu relacionamento com as ondas.
            A noite foi passando. Juliet estava mais animada, toda sua timidez se fora. Deu uns goles de licor de menta e se soltou um pouco mais na dança. Todo mundo estava agitado.
            Douglas entrou na cozinha, abriu a gaveta do armário, para pegar ou depositar algo e fechou. Depois foi até o quarto, onde dormiam ele, Denny e Billy, para pegar sua jaqueta, pois a deixara lá. Em instantes saiu com ela dobrada nos braços.
            – Galera. Tenho que ir – disse ele.
            – Nossa, por quê? A festa está tão boa! – gritou Juliet. Ela bebera uma quantia não muito grande de licor de menta, mas como nunca havia bebido antes, já era demais.
            – Está boa sim, mas me desculpem pessoal, tenho que ir, vou visitar uma amiga minha, vou dormir na casa dela, prometi, faz tempo que não apareço por lá. – Os caras o interromperam com “humm, hoje vai rolar” e “Douglas vai se dar bem”, mas ele não deu muita importância, e voltou a se explicar: – Mas volto na parte da tarde, não sintam saudades. Boa festa para todos!
            – Tchau, falou! – despediram-se.
            – Uhu! – Juliet gritou, logo tomou outro golinho de licor. – Como é bom isso – disse para si mesma, comentando sobre o sabor da bebida. Ela, de golinho em golinho, já tomara uma quantia equivalente a um copo cheio. Para o pessoal que sempre bebia isso era praticamente nada, mas para a moça...
Ela avistou de longe o grande relógio de time de futebol instalado na cozinha. Sem mais nem menos Juliet para de dançar. Faltavam quinze minutos para o ponteiro menor encostar-se ao número 1.
            – Ah não! – choramingou Juliet. – Meu tio vai me mat...
            – Juliet! – Douglas gritou do portão. – Tem um cara aqui te esperando. Acho que é seu motorista.
            – Gente, gente... – todos olharam para ela. – Olha, a festa está muito boa, mas eu preciso ir, pois prometi ao meu... – soluço. – Desculpe... Prometi ao meu tio que voltaria cedo e...
            – Tá bom – disse Andrew chegando perto. – Vamos, eu te acompanho até o portão. Vamos.
            – Tchau galera!
            Um coro de despedida foi ouvido.
            – Essa não, o que vai ser de mim? O que meu tio vai dizer sobre isso? O que tia Be vai falar? Nossa! – ela parou antes de chegar ao portão. Andrew perguntou o que tinha acontecido, e ela disse: – Alex não pode me ver desse jeito.
            – Quem é Alex?
            – Não importa, espere um minuto.
            Juliet foi ao banheiro lavar um pouco o rosto, sua maquiagem borrou e deixou-a pior. “Estou bêbada! Estou bêbada”. Ao sair do banheiro ela deu um tchau definitivo e entrou no carro. Seu desejo era se enfiar no porta-malas, para que o jovem motorista não visse seu rosto, ou melhor, o seu estado no geral. Ao voltar, o pessoal perguntou a Andrew o que havia acontecido, ele disse que não era nada. A festa continuou por algumas horas mais. O pessoal ia embora aos poucos. A bagunça era completa. Billy e Denny tinham muito o que arrumar, pois a república deles parecia ter sido vítima de um vendaval. Douglas ia se safar da arrumação.
            Juliet não sabia onde enfiar a cara, Alex olhava para ela todo instante. O silêncio no carro era sufocante. Até que ela desistiu e falou:
            – Alex, como acha que estou?
            – Mudada.
            – Como assim, mudada?
            – Juliet, você não frequentava lugares assim antes, não tinha essas amizades e não bebia.
            – Eu não bebi!
            – E não mentia também...
            – Ah, não fale assim comigo! Não conte a ninguém! Por favor – sua voz histérica foi ficando cada vez mais normal. Parecia mais um apelo. – Não conte a ninguém, Alex, se você é realmente meu amigo, não contará a ninguém, está bem?
            – Está entregue – disse ele, sério.
            – Prometa que não contará a ninguém!
            – Prometo. Não precisarei dizer nada. Sua roupa denuncia... Desde quando gosta de beber licor de menta? – ele sentira o cheiro. Juliet se assustou no carro parado, não tinha mais como limpar-se.
– Nossa! Droga! Eu não percebi que eu derramei tanto licor no meu vestido...
            – Melhor do que ter bebido. Agora entre senhorita, será melhor, pois terá se atrasado somente seis minutos. É uma e seis agora. Vamos.
            – Olha aqui Alex, quem você pensa que é? Não pode falar assim comigo. Não quero que cuide de mim, eu não preciso de...
            – Uma e sete, senhorita.
            – Ahh – ela saiu bufando do carro. Teria que dar uma explicação e tanto para o Sr. August e para a sua tia adotada. Com certeza estariam a esperando, preocupados e ansiosos. E assim foi.
            Logo que Juliet adentrou-se no salão, Abeline já ficara de pé. Estava ao lado de seu tio.
            – Minha filha você demorou e não ligou. O que é isso? Bebida alcoólica? – ela perguntou.
            – Ah, eu conto tudo, só me deixem tomar um banho. Já peço desculpas. Tio, tia, eu estou bem e ficarei melhor depois de um banho, agora vão dormir que amanhã eu explico tudo.
            – Pode tomar o seu banho Juliet, nós estaremos esperando-a aqui mesmo – disse o velho August, tranquilo.
            A moça ficou pensando no que seus pais diriam sobre ela se fossem vivos. Pensou nisso o banho todo, mas não se arrependera de nada. Ela se divertiu com seus amigos e isso era o que importava.
            Saiu do banho muito melhor, apesar de ele ter durado umas quatro vezes menos – pois não podia abusar dos velhinhos. Os dois estavam lá no sofá, aguardando-a. Esperando o relatório, completo, do que tinha acontecido na festa. “Será um interrogatório muito tenso”, pensou emburrada.
            No fim, só se importaram com a bebida. Juliet nunca tivera esse hábito. Mas ela acabou confessando que gostou – É só um licorzinho, gente. – Eles não aprovaram, deram bronca. Sobre o horário, não falaram nada. Pois o que era sete minutos de atraso?
            – Concluo que você não deva mais ir a essas festas, minha menina – falou o August. – Você é uma pessoa tão boa... Não deve estar em certos lugares, com certas pessoas.
            – Tio, não fale assim de meus amigos, são todos bons. São trabalhadores. Para sua informação, eles saem da aula e já vão direto para os seus respectivos serviços. São pessoas do bem.
            – Ah sim, então me deixe corrigir o que disse. “Não quero que fique em certos lugares”.
            – Então tá! Concordo! Mas só que eu os chamarei para cá. Ficaremos aqui então, já que você não quer que eu...
            – Tudo bem – interrompeu o velho. Juliet esperava outra resposta, mas calou-se na hora, pois estava surpresa.
            – Sério tio? Você ouviu tia Be? Eu posso trazê-los então? Ótimo. Ó tio, a tia Be tá de prova, o senhor deixou hein!
            – Sim.
            Juliet abraçou os dois e acompanhou seu tio até o quarto. Confessou que estava feliz.
            August lembrou-se da ligação que recebeu de sua irmã, Valéria. “Ah é, e como é que ela está?”, perguntou Juliet.
            – Valéria está bem. Antes não estava, mas agora parece que sua situação melhorou.
            – Como assim, tio?
            – Ela estava com problemas com o filho dela. Ele estava se envolvendo com pessoas ruins, acho que eram... como é que vocês jovens falam?
            – Tranqueiras?
            – Isso. Tranqueiras. Mas Valéria disse que o rapaz está melhor. Até viajou com um amigo no começo desse ano, parece que está fazendo intercâmbio. O que importa é que Valéria está bem (por enquanto). Ela sente muito em estar sozinha, mas está contente em saber que seu filho melhorou (o que era uma mentira).
            August e Juliet ficaram conversando por alguns minutos e logo foram se deitar.
            Juliet dormiu logo. Só sabe que se deitou e apagou. Antes de dormir ficou refletindo sobre algumas coisas, do tipo: “Como é bom ter amigos”, “Como é bom se divertir, e falando em ‘bom’, adorei aquela bebida: licor de menta é maravilhoso”. “Juliet, a que ponto você chegou?”, “Só foi um copo... eu acho”. “Apesar do sermão que tive que ouvir dos dois velhos mais queridos do mundo, eu não me arrependo de nada que fiz hoje”. “Quero que seja sempre assim”. “Quando eu acordar...”.
            E dormiu.

sábado, 14 de dezembro de 2013

O CÚMPLICE E O ASSASINO - Capítulo 15

15
O assunto do ano seguinte: “A garota rica no mundo dos pobres”. Juliet começara a estudar na ETECE – Escola Técnica Cidade Esperança (o ensino de lá era considerado bom).
Por causa dos comentários do povo, Juliet até pensou em desistir no começo, mas como era uma moça decidida, não fez isso. Preferiu encarar os olhares preconceituosos a ter que abandonar a sua missão de arranjar amigos verdadeiros.
– O que o dinheiro não faz, hein? – ela refletia.
            Os seguranças sempre a esperavam no portão de saída da escola. Juliet não queria isso, mas foi a condição que o seu tio impôs.
– Tio, eu já tenho dezessete anos! Quase dezoito!
            – Dezessete anos? Já? – dizia ele com tamanha ironia. – Você sabe o que significa dezessete anos para mim?
            –Ah, tá bom tio, mas isso não vai facilitar pra mim, todos vão me encarar, eu poderia até disfarçar que não sou sua sobrinha, mas o senhor não colabora comigo!
            – Não mesmo, Juliet. Agora aceite minhas condições ou eu vou mudar de idéia – disse August, logo no seu primeiro dia de aula.
            – Ah, fazer o quê? – Juliet havia perdido a batalha.
            August e Abeline riam da cara que ela fazia quando estava brava. Juliet tinha um rosto tão angelical, que não combinava com a expressão que fazia quando se sentia embravecida.
            O primeiro dia de aula fora o pior em sua opinião. Ela era observada, fitada. A atração principal daquele lugar era ela, ou melhor, Juliet era a única atração. Quando passava perto de algumas pessoas ouvia cochichos, do tipo: “Será que o Sr. August, o milionário, perdeu tudo?” “O que essa garota está fazendo aqui, sua família faliu? Já sei, empobreceu. Coitada”, ao ouvir a palavra “família” uma sensação gélida passou por sua espinha.
            Dia difícil aquele. Nenhuma aproximação. E assim foi por três dias seguidos.
A semana já estava quase acabando e ninguém se atreveu a conversar com a garota rica, e ela muito menos. “O que há comigo agora? Eu não sou tímida, eu converso com todo mundo”, ela ficava pensando. Algo fazia com que Juliet não tivesse coragem de enfrentar aqueles rostos curiosos, que a fitavam sem nenhuma discrição.
            Ela queria ser legal com todos, mas nem ao menos trocou uma palavra com alguém. O professor, para o seu alívio, não exigiu que ela se apresentasse no primeiro dia, somente anunciou que Juliet era uma nova aluna e desejou-lhe boas-vindas.
            Seu coração pulsava mais forte quando entrava naquela faculdade, mas não por causa das matérias, já que dominava todos os assuntos abordados em aula, era pelo fato de não saber se aproximar das pessoas.
            Numa das últimas folhas de seu fichário (que mesmo escolhendo o mais simples que pôde comprar, chamava muita atenção. “Péssima escolha”, ela pensava arrependida) tinha um relatório com nomes e descrições físicas dos companheiros de sala e algumas observações.
            O professor fazia a chamada em ordem alfabética, então, enquanto anunciava os nomes, ela ia anotando e observando quem eram as pessoas, e na sexta-feira, o último dia de aula da semana, ela já estava com a lista preenchida. “Se você quer ser legal com os outros, tem que conhecê-los bem”. Ela considerou essa frase como sua primeira regra de aproximação.
Na folha de relatórios lia-se:

            ANDREW TALL
            Descrição: loiro, alto, tem os cabelos arrepiados, parece ter certo grau de miopia, pois usa óculos. Pelo que percebi, ele adora a cor preta (quando não vem com uma camiseta dessa cor, vem com a calça). Tem os olhos muito bonitos: verdes, bem vivos.
            Obs.: parece que adora tecnologia e gosta de Rock.

            BILLY THAN
            Descrição: moreno, alto, tem a pele bronzeada, é magro, meio atlético, tem cabelo crespo e olhos negros, sua boca é bastante carnuda.
            Obs.: deve amar praia, e só pelo físico adora esportes também, creio eu que ele seja surfista.

            BRYAN SLOPPY
            Descrição: tem pele branca, seu cabelo é preto e meio encaracolado, seus olhos são da cor do cabelo, também é magro.
            Obs.: conversa bastante com... acho que é Maicon o nome dele (aliás, os dois são parecidos em termos de roupas). Bryan parece um skatista.

            CAROL SLUGGISH
            Descrição: tem cabelos lisos e negros, é um pouco morena e baixa.
            Obs.: Calada, é o que eu sei.

            DENNY WEIRD
            Descrição: é alto como os outros meninos, tem o cabelo bem preto e enrolado (e grande, deveria diminuir o volume). Ele é um pouco forte e tem olhos pretos também.
            Obs.: para me aproximar acho que devo falar um pouco de exercícios físicos, acho que ele gosta, parece frequentar academias.

            DOUGLAS HIDDEN
            Descrição: não é tão alto quanto os outros garotos, mas também não é baixo demais. É magro. Tem olhos e cabelos pretos.
            Obs.: com esse vai ser difícil de haver aproximação, é tímido que só. Tá parecendo eu aqui, refugiado.

            ELITA QUIET
            Descrição: parece modelo, possui um corpo muito bonito, tem uma cor de pele um pouco mais clara do que morena, seus cabelos são curtos e arrepiados, tem uma estatura mediana. Olhos negros, penetrantes.
            Obs.: parece meio aérea, perdida, sei lá. É uma pessoa tranquila, acho.

            FELIPE STILL
            Descrição: pele clara, cabelos castanhos, é um tanto calado e é magro.
            Obs.: outra pessoa difícil de se aproximar.

            GUSTAVO LUSTY
            Descrição: Cabeça quase raspada, é forte (acho que o mais), é alto e meio gordo.
            Obs.: esse sim é frequentador de academia. Deve ser lutador ou coisa do tipo. Não entendo nada de lutas. Aproximação trabalhosa.

            HILLARY FRAIL
            Descrição: Pele muito clara, baixa, cabelos enrolados (começa ondulado, mas termina em cachos), é quieta e tem lábios carnudos. Usa óculos também.
            Obs.: parece ingênua. Meio pálida. Definitivamente quieta.

            ISABELA FRECKLY
            Descrição: cabelo ruivo e ondulado, baixa, tem olhos cor de caramelo e é um pouco sardenta.
            Obs.: Atenciosa. Parece ser inteligente.

            Obs.: SOU A NÚMERO 12 DA CHAMADA.

            KARINA VERYSHY
            Descrição: baixa, cabelos ondulados e cor de mel. Tem boca fina e olhos esverdeados. Bonita.
            Obs.: parece ser a mais tímida da turma.

            LILIAN LEAN
            Descrição: muito bonita, tem cabelos longos e muito pretos, sua pele é clara e seus olhos são de um azul invejável. Ela é alta e magérrima.
            Obs.: vaidosa, isso eu tenho certeza. Possível aproximação: falar de cosméticos.

            LUCY WHITENESS
            Descrição: loira, olhos castanhos, e “branquela”. Suas sobrancelhas são espessas. Magra.
            Obs.: Bonita e discreta, e não pude deixar de notar que ela fica olhando Denny sem parar...

             MAICON PUDGY
            Descrição: gordinho, tem olhos verdes e grandes. Cabelos castanhos e repartidos ao meio.
            Obs.: parece com Bryan, deve ser skatista também.

            NATAYALEN SHOWOOF
            Descrição: cabelos pretos, longos. Baixa. Olhos negros. Maquiada com certo exagero, usa saia (veio uns três dias pelo menos).
            Obs.: Parece esnobe. Não fui muito com a cara dela.

            STUART FOOLISH
            Descrição: Baixo, cabelo escuro, olho escuro, é magrelo. Nada atraente.
            Obs.: já o peguei falando de mim, na cara dura. É uma pessoa inquieta. Indiscreto.

            THOMAZ EERY
            Descrição: gordo, alto e sua cabeça é quase raspada (tem certa semelhança com Gustavo).
            Obs.: gosta de carros. Aproximação difícil também. Não entendo nada de carros.

            VANEZA PRETTY
            Descrição: muito bonita. Loira, alta, magra e discreta.
            Obs.: atenta, vigilante.

           YASMIM GABBY
            Descrição: cabelos longos, pretos e usa um batom vermelho (pelo menos essa semana).
            Obs.: fala pelos mais tímidos. Tagarela que só. Não gostei muito dela. Porém, foi a primeira que puxou conversa comigo.

            O professor chamou a atenção de todos e anunciou:
            – Bem, como eu havia dito, vou passar um trabalho, que vocês farão neste bimestre. Terão tempo suficiente para a entrega e não podem reclamar – ele riu. – Preciso que a sala se divida em dois grupos. Pois a tarefa é “árdua”– brincou. – Vamos então pessoal, agilizando.
            Houve certa movimentação no local, conversas e pessoas combinando com outras para formar o grupo. Juliet ficou perdida. “Dois grupos”, pensava, mas não conseguia se mexer.
            De repente, os grupos já estavam formados. E Juliet ainda perdida. – E agora? – pensou.
            – Bem, como podemos ver, temos vinte e um alunos – falou o professor. – Portando, um grupo será constituído de onze pessoas. Então, quem ficou sem grupo?
            Juliet ergueu a mão, timidamente. “Quem ficou sem grupo? Ou quem sobrou? Porque na realidade eu sobrei”, pensou ela revoltada. Mas logo teve que admitir que fora ela mesma quem não tomou iniciativa de juntar-se aos outros. Juliet respirou fundo, ainda com a mão no ar, e disse:
            – Eu aqui, fiquei sem grupo.
            E o professor, sem cerimônia, perguntou-lhe:
            – Bem, então o que está esperando? Vamos, junte-se aos outros, por favor, para darmos continuidade ao projeto.
            Juliet ficou “boiando” por alguns segundos. Ficou vermelha e nervosa, pensando: “Meu primeiro contato de verdade”, pensou em pedir socorro!
            – Venha. Entre em nosso grupo – alguém a convidou.
            – Certo – declarou o professor. – Começaremos então, vou dar um tema para cada grupo e...
            Juliet parecia não ouvir o professor. Pegara suas coisas, que não eram muitas, e juntou-se aos outros. Andrew pôs-se de pé e ajudou-a a levar sua cadeira.
            – Obrigada pelo convite – Juliet disse, meio sem jeito.
            – Por nada.
            Todos se acomodaram. Ela olhou para cada um do seu grupo, tímida, porém aliviada por estar no meio deles. Foi recebida normalmente, ninguém ficou fitando-a por muito tempo. Parecia uma situação normal. “Ainda bem”, pensou ela, sentindo-se mais à vontade.
            Juliet poderia dizer facilmente o nome de todos que estavam naquela roda, graças aos seus relatórios. Ela olhou para Billy, seguido por Douglas, Lilian, Lucy, Denny, Maicon, Elita, Bryan, Carol, e fechando o grupo: Andrew.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Novos Livros! QUEM É VOCÊ, ALASCA? / O PESADELO

Olá queridos amigos!

Dando continuidade ao meu consumismo, apresento-lhes os Livros que comprei em algumas "viagenzinhas" que fiz... pois claro, não tem como conhecer uma nova cidade sem ao menos levar um Livro embora!

 

Começando por: Quem é Você, Alasca - de John Green.
Este comprei na Mega Store da Saraiva de Uberlândia - Minas Gerais... e gente, é muito grande a loja!!! [Já viram "mega store" pequena?! Kkkk]. Me senti num lugar surreal, muito legal mesmo!

{Sinopse do Skoob}

Sinopse - Quem é Você, Alasca? - O Primeiro Amigo, a Primeira Garota, as Últimas Palavras - John Green

Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".


E... Recentemente fui à Mongaguá - São Paulo, onde pude visitar a Primeira Feira do Livro da cidade... Legal, não? E não saí de lá sem um exemplar de: O Pesadelo - de Lars Kepler. Estou super curioso para ler o primeiro Livro do casal: "O hipnotista", pois sim, Lars Kepler é um pseudônimo do casal de escritores suecos: Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril, criadores do detetive Joona Linna.

{Sinopse do Skoob}

Sinopse - O Pesadelo - Lars Kepler

Após conquistar os leitores em O hipnotista, o detetive Joona Linna está de volta em O pesadelo. Best-seller internacional, o thriller policial de Lars Kepler foi aclamado por público e crítica em dezenas de países. Agora, o autor nos deixa sem fôlego com um novo quebra-cabeça, cujas peças o detetive mais carismático, intuitivo e obstinado da Suécia precisa encaixar. Tudo começa quando a polícia descobre o corpo de uma jovem dentro uma lancha à deriva no arquipélago de Estocolmo. Seus pulmões estão cheios d’água e os médicos legistas afirmam que ela morreu afogada. No entanto, o barco está em perfeito estado e o corpo e as roupas da mulher estão secos. No dia seguinte, um alto funcionário do governo sueco aparece enforcado em seu apartamento. Ele flutua no ar enquanto uma enigmática música de violino ressoa por todo o ambiente. Tudo indica que foi suicídio, mas o salão tem pé-direito alto e não há nenhum móvel em volta no qual ele possa ter subido. Encarregado de desvendar os dois mistérios, o detetive Joona Linna tenta estabelecer um vínculo entre esses acontecimentos que, à primeira vista, não têm relação. Ao descrever o curso vertiginoso de eventos para os quais a lógica é um mero prelúdio, o mais assustador em O pesadelo não são seus crimes horripilantes, mas a psicologia obscura de seus personagens, que mostram como somos todos cegos a nossas próprias motivações.

CURTIRAM?!

E vocês? Quais Livros andam comprando por aí?!

O CÚMPLICE E O ASSASSINO - Capítulo 14

14
– É o Pedro, senhor, ele morreu.
            As palavras saíram esganiçadas de sua boca. Juliet e Abeline não aguentaram e puseram-se a chorar. Não conseguiam imaginar a cena. Pedro, o velho motorista, que August tanto gostava, estava morto.
            Após várias lágrimas rolarem, Abeline conseguiu relatar o fato por completo.
            – Uma carreta o pegou. Estava indo para o sítio que ele tinha ali na cidade vizinha. Sempre ia pra lá, nos seus dias de folga. Encontraram o carro e o corpo naquela curva que ele tanto falava, lembram-se?
            Como esquecer? Pedro, toda vez que ia ao seu sítio, comentava sobre aquela curva. “Todos os caminhoneiros têm medo daquele trecho, pois é uma curva fechada demais. Eu, quando passo ali, tomo todo cuidado do mundo”, dizia ele.
            August não disse nada. Parecia petrificado. Somente em seus olhos era possível ver o seu desespero e a dor de perder seu motorista amigo.
            A monotonia de sempre se dissipou pela casa. August interrogava-se: “Que tempos são esses”?  Todos estavam abalados, principalmente Juliet, pois a palavra morte fazia lembrar-se de seus pais. Ainda mais associada a carro, estrada. Isso dava arrepios na garota.

            O enterro de Pedro não foi demorado, porém houve tempo suficiente para muitas lágrimas fugirem dos olhos das pessoas. A maioria era parente. August era o que estava mais próximo do caixão, ao lado de Abeline, sua fonte de força. A sua visão falhou por um momento, podia jurar que ficara cego, pois um formigamento o atacou. Por breves segundos ele viu a si próprio no caixão. Imóvel. Gelado. Morto. Uma gota de suor desceu por sua testa enrugada. Era fria. A última coisa que ele sentiu foi um aperto no braço, dado por sua empregada e logo após desabou.
            August fora levado para o hospital, não era nada, simplesmente desmaiara. A sensação de perder um amigo e de se ver no caixão era muito ruim. Sua pressão baixou e logo ocorreu o desmaio.
            Abeline e Juliet estavam ao seu lado quando acordou. – O que houve comigo? – perguntou ele, abobalhado.
– Você desmaiou tio, poupe esforços. Já, já, estaremos indo para casa.
            O velho concordou. Imagens do enterro passavam por sua mente. Ele via Pedro ainda vivo e de repente, ele estava morto. Era ruim, mas August imaginava. Queria voltar logo para casa.
            Duas horas mais tarde eles já estavam na mansão. Silenciosa. Vácua. Ninguém tecia um comentário. Os empregados chegavam do enterro aos poucos. Os olhos marejados, vermelhos, cheios de dor. A tristeza pairou.

            No dia seguinte, tinham que contratar outro motorista, August não poderia ficar sem um, pois estava muito velho para dirigir.
            Um dos ajudantes de cozinha falou com Juliet, sobre um amigo que precisava de emprego. – Ele sabe dirigir muito bem – dizia.
            – Está bem, poderia pedir-lhe para falar comigo, essa tarde?
            – Mas é claro! – exclamou o homem.
Juliet não gostou de sua expressão. Parecia alegre, ela sentiu como se o empregado estivesse desrespeitando Pedro. “Não, acho que não”, pensou a moça logo em seguida. “Ele deve estar contente por quase garantir um emprego para o amigo”.
            Juliet gostou do homem, ou melhor, do rapaz que fora fazer uma entrevista com ela.
            – Você é muito jovem – disse ela ao moço. – Sabe dirigir bem, mesmo?
            – Sim – respondeu Alex, sorrindo.
            – É que precisamos de alguém de confiança, me entende Alex?
            – Está falando com a pessoa certa.
            – Senti que você é bem seguro. Vamos falar com o meu tio – disse Juliet.
            Os dois se levantaram e saíram do escritório de August. Juliet o levara agora para o quarto de seu tio. E logo, quando entrou, foi avisando:
            – Titio, já está escolhido o seu novo motorista.
            Ele a olhou, com aqueles olhos ainda tristes, e sem muita emoção respondeu. – Ótimo.
            – Esse é o Alex tio – e virando-se para o rapaz, disse: – e é para esse senhor que você irá trabalhar, Alex.
            – Nossa, desculpe-me a empolgação, mas é um prazer imenso conhecer o senhor, sabia?
            Ninguém falou nada. August não estava bem, mas, deu as boas-vindas para o seu mais novo contratado. Alex foi embora uns quinze minutos depois e Juliet pediu para Abeline providenciar seu uniforme. Começaria amanhã. O rapaz foi embora com cara de “esse emprego caiu do céu”.
            Fabiano foi visitar seu amigo, para dar-lhe algum apoio. Ele e August ficaram conversando por um bom tempo.
            A tarde foi cedendo lugar para a noite, que chegou vagarosa. A monotonia parecia uma cúpula que envolvia a mansão.

            Na manhã seguinte, August reuniu todos os empregados no grande salão. Tivera um pesadelo de noite e tomou uma decisão. No sonho, via-se no lugar de Pedro, novamente. “Já estou quase lá”, pensou ele, referindo-se à sua morte.
            Todos estavam a postos quando ele desceu as escadas, até mesmo Alex. Nenhum deles sabia o que estava acontecendo, nem mesmo Abeline e Juliet. O velho parou no meio do arco que se formava. E começou a falar:
            – Nem sei por onde começar, mas vou dizer. Ontem estive pensando numa coisa que eu fiz. Um testamento. E decidi contar-lhes, pois vocês serão beneficiados também e achei que deveriam saber.
            Pequenos murmúrios surgiram, mas cessaram logo, dando espaço para as palavras de August.
            – Vou ler um rascunho que fiz do testamento. Existe um original e nele constam os mesmos valores que estão aqui neste papel.
            Depois de um breve silêncio ele declarou:
            – A Metal Industrial seria de minha falecida irmã, Isadora, mas como isso não é possível, automaticamente, a dona da fábrica será Juliet, minha sobrinha. Para a minha outra irmã, Valéria, deixarei esta mansão, vamos ver se assim ela vem para cá – disse ele com um risinho. – Mas não é só isso, Valéria ficará com vinte por cento dos lucros da empresa. Na realidade, as duas, Valéria e Juliet, serão sócias. – Fez-se uma pausa, ninguém falou nada, logo August prosseguiu. – Quase lutei com Abeline para beneficiá-la, ela disse que não aceitaria e blá, blá, blá, mas eu não a escutei, por isso continuei com a idéia de deixar certa quantia do dinheiro que há em minha conta poupança para ela. Não sei se devo dizer, não sei se ela me permite falar o valor.
            August olhou para Abeline, que envergonhada, assentiu.
            – Pois bem, meus caros, Abeline receberá cinquenta por cento do valor que eu tenho na minha conta. – Houve pequenos murmúrios, alguns de admiração. Abeline corou. – Bem, e os outros cinquenta por cento que ainda restaram, serão divididos entre todos vocês, meus empregados, e para meu amigo Fabiano. Creio que ele não precise, pois já está muito bem em relação ao dinheiro, mas é só uma forma de retribuir sua amizade. Fabiano não está aqui conosco, depois eu ligo e o aviso.
E agora, agradeço a todos, espero que eu tenha feito uma divisão correta e que este dinheiro sirva para ajudá-los em algo. Quero que o utilizem de forma correta, certo?
            Uma onda sonora de respostas positivas encheu a grande sala. Cada um foi se retirando contente por fazer parte do testamento. – Imagina quanto é que não dá pelo menos um por cento do dinheiro dele? – perguntavam-se.
            Na manhã seguinte, os empregados pareciam bem mais dispostos e mais contentes, vários comentários passavam pela cozinha, vagando junto com o aroma do almoço. No resto da casa o clima foi mais normal. Juliet já sabia que herdaria a Metal Industrial, pois o seu tio já falara isso para ela e para Abeline isso já não era surpresa, pois sabia do testamento há muitos anos.
            A tarde não passou tão rápida quanto o período da manhã, entretanto, August já se sentia melhor. Chamou Alex para levá-lo até sua empresa, para ver como é que andavam os negócios.

domingo, 10 de novembro de 2013

Novo Livro! O CHAMADO DO CUCO

Olá pessoal!

Depois do Boooom na literatura esse ano, causado pela senhora melhor escritora de fantasia: J. K. Rowling, decidi loucamente comprar O chamado do Cuco.

Pra quem não sabe: Robert Galbraith é o pseudônimo de J. K. Rowling.

Adorei a ideia de ela escrever um romance polcicial (meu gênero predileto escrito por uma das autoras prediletas), comecei a ler, vagarosamente, e espero muito gostar...

Se me permitem fazê-los inveja, optei pelo livro de capa dura... E é lindo! \o/



SELF-SEQUESTRO!

Olá pessoal, por favor não me xinguem pelo título que escolhi pra esta postagem, pois foi meio que sem pensar! [Hehehe]

Bom, precisei passar um tempo longe dos meus amores, os Livros, claro, por motivos dramáticos que vinha levando... Mas, se me permitem utilizar o clichê mais usado e as vezes mentiroso, "tudo dará certo".

Mas não estou aqui para lamentar. Tô aqui pra dizer que me sequestrei por uns meses pra repensar na vida, e espero retornar à ativa com meus Livros, e claro, gostaria muito de ser mais engajado e fazer este blog ser interessante, mas é uma tarefinha árdua pra mim! Gostaria mesmo de me dedicar, mas o pouco que faço aqui é com o S2, acreditem!  8D

Acabei de acabar de ler Will & Will e achei bem legalzinho!


Imaginei que fosse totalmente diferente, mas mesmo assim recomendo como leitura rápida e é bem divertida a narrativa (na realidade gostei mais da forma de escrita dos autores do que da própria estória em si, rsrsrs)... Mas deixa para a resenha quando for hora, não é?

E o mais surpreendente! Li ele inteirinho no meu iPad, e quem me conhece sabe o quanto fui/sou relutante em ler E-books... Mas enfim, gostei da experiência! \o/

É isso, espero de verdade estar de volta!
Obrigado!!!


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O CÚMPLICE E O ASSASSINO - Capítulo 13

13

Mais dois anos se passaram. Juliet já estava recuperada, não completamente, pois Abeline as vezes ainda a encontrava em seu quarto, encolhida e chorando, mas ela conseguiu superar muitas coisas.
          Tinha dezessete anos agora e tornara-se mais bonita, seu corpo era perfeito, e seu rosto angelical. Cuidava de seu tio que cada dia parecia mais velho.
          August mal saía do seu velho e bom quarto. Só para almoçar e jantar, pois a maioria das vezes ele tomava seu café da manhã lá mesmo. Ele prometera cuidar de sua sobrinha, mas na realidade era ele quem estava sendo cuidado. Ela o tratava com muito carinho.
          Juliet nem parecia aquela menina chorona do começo. Era uma mulher muito decidida e eficiente.
          Ela não namorava ainda, só pensava em estudar. No próximo ano, tinha em mente, que faria um curso superior num lugar mais simples, não que ela precisasse, pois seu tio pagava a melhor escola da cidade, mas ela queria. Queria saber como é estudar numa escola pública.
          August não a deixava trabalhar ainda, queria que ela aproveitasse bastante sua vida. Ela ia ocupar um lugar muito bom na Metal Industrial, e então para quê se preocupar agora?
          Juliet respeitava a decisão de seu tio. Consequentemente, o que restava a ela, era estudar.
          Abeline estava na sala principal, sentada no sofá, esperando August descer para lhe servir o almoço, foi quando Juliet se aproximou e começou a dizer, num tom baixo:
          – Tia Be, estive pensando em falar com o titio sobre estudar numa faculdade pública. O que acha que ele vai dizer?
          – Bem minha filha. A primeira coisa que ele vai perguntar é a mesma coisa que eu quero saber agora.
          – O quê?
          – Por que estudar numa escola pública, quando se pode ter os melhores estudos do país?
          – Ah, tia Be. Você está igualzinha a ele.
          – Não Juliet, não estou. É que você sabe que está cheio de gente querendo botar as mãos no dinheiro dos outros. E você, minha filha, é rica. O perigo é maior, se você ficar exposta numa escola de pessoas de classe social menor que você, eles vão te fazer mal, por causa do dinheiro, minha querida.
          – Ai tia. Até me arrepiei agora. Mas acho que você vai concordar comigo: quero ter amigos pobres. Se eu viver no meio deles, eu vou sentir se estão comigo por causa do dinheiro ou não. Assim posso sentir a verdadeira amizade. Pois onde eu estou estudando só tem gente de narizinho empinado. Nascidos ricos. Mas eu não. Eu não nasci rica. Eu sou uma pessoa humilde, tia Be!
          – Compreendo minha filha, mas isso não faz com que o perigo se afaste.
          – Mas tia. Eu não tenho amigos! Quero ter amigos! Os meus amigos, quer dizer, colegas, são falsos, conversam comigo não porque gostam de mim, mas porque sou igual a eles, tenho dinheiro, não sinto amizade verdadeira...
          – Sim – disse Abeline, quase mudando de idéia, mas logo falou: – Juliet, não acha que será pior se você encontrar amigos “diferentes” de você? Aí é que eles se “passarão” por seus amigos. Entenda.
          – Mas tia Be, eu vou saber se são falsos ou não, esqueceu? Vivo no meio de muitos! E sei discernir muito bem, gente que gosta de mim e gente que gosta do dinheiro. A questão agora é: peço para o tio August ou não?
          Antes que Abeline pudesse responder, uma voz meio rouca vinda da escada, perguntou:
          – Pedir o que para mim?
          – Ah, então tio, eu... eu...
          Juliet ia inventar algo, mas desistiu, estava decidida a estudar em outro lugar.
          – Ah tio, sabe o que é? Eu estava conversando aqui com a tia Be sobre no próximo ano, eu estudar em outro lugar.
          – E por qual motivo? Juliet, a escola que eu pago para você é a melhor que encontramos.           Os professores são...
          – Eu sei tio August, mas não é isso.
          – O que a preocupa, Juliet?
          – Não é nada tio. Simplesmente quero estudar numa outra escola.
          Tipo... pública, talvez.
          – O quê?! – August deu pulo, que fez até suas frágeis costas doerem.
          Juliet viu que aquela seria uma longa história de convencimentos.
          – Vamos almoçar e depois eu te conto tudo – ela sabia que não seria fácil, pois se nem a Abeline ela conseguiu convencer, imagine seu tio, que a protegia como se fosse feita de vidro.
          Estavam almoçando: Juliet, seu tio e Abeline, e naquele almoço comentaram sobre a aposentadoria de Fabiano, que estava mais do que na hora de acontecer.
          Abeline falou também que o seu filho, Natan, estava para vir para a Cidade Esperança, pois se separara da esposa.
          – Ele disse que estava velho demais para morar comigo – disse Abeline, referindo-se ao seu filho. – Mas eu exigi que Natan viesse. Não tem nada a ver a idade. O filho tem que sempre estar perto de sua mãe.
          – Se isso fosse possível... – sussurrou Juliet involuntariamente, fazendo com que Abeline percebesse a frase mal pensada que acabara de proferir. Ela pediu desculpas logo após.
          Abeline e August permaneceram calados. Juliet, depois de um tempo, ia se preparando para falar com seu tio sobre aquele assunto. Seu coração já pulsava mais rápido só de pensar.
          No fim das contas, August não aceitou. Juliet ficou triste, mas não ia desistir tão fácil. Ela de imediato decidiu fazer algo. Ia conversar com Fabiano. Claro. August o ouviria.
          Logo após o almoço ela foi à casa de Fabiano. Conversaram por muito tempo. Ela começou perguntando sobre a aposentadoria, se ele ia viajar, ou se apenas ficar sossegado. Fabiano notara desde o início que ela não estava ali para isso, mas deixou a conversa rolar.
          – Estou aqui também para lhe pedir um favor – começou ela.
          Juliet contou tudo sobre sua ideia. E obteve sucesso. Fabiano dissera: “Deixa comigo”.
          Ela saiu da casa dele dando pulinhos de alegria. Chegou em casa e August interrogou-a:
          – Onde esteve?
          – Fui à biblioteca, tio August, mais para dar uma volta mesmo – mentiu Juliet.
          Minutos depois o telefone de August tocou.
          – Alô? Oi Fabiano, tudo bem?
          Juliet achou melhor se retirar da sala. Foi ao seu quarto e ficou imaginando a reação que seu tio teria. Tomara que dê tudo certo! Só Fabiano mesmo para mudar aquela cabeça dura do tio August.
          Toc. Toc. August chegou ao seu quarto. – Pode entrar – disse ela com o coração a mil.
          – Fabiano acabou de me ligar, sabia?
          – Aham – foi o que ela conseguiu dizer.
          – Sua vontade era tão grande assim a ponto de armar isso com Fabiano? – August riu, fazendo-a relaxar um pouco.
          – Ah tio. É que o senhor não queria deixar e...
          – Tá bom minha menina, eu deixo. Que seja feita a sua vontade. Prometi te dar tudo o que quisesse. Com certeza é contra meus conceitos, mas se é pra você ficar contente...
          – Ah tio! Você é a melhor pessoa do mundo! – Juliet lhe deu um abraço muito apertado.   Os dois riram, acabando com aquela tensão.
          Eles escutam o telefone tocar lá embaixo, logo Abeline atende. Minutos depois os dois descem do quarto. Juliet ainda estava sorrindo.
          Abeline se encontrava na sala principal, dura como uma estátua, ao lado do telefone.
          Juliet pareceu não perceber sua expressão de pânico, e disse:
          – Tia Be, tenho uma notícia para te dar... o que foi? – disse ela com sua voz minguando.
          – Eu também tenho uma notícia para lhes dar. Sr. August, por favor, sente-se.
          Uma sensação súbita de desespero atacou Juliet e seu tio. Os dois sentaram-se automaticamente. Espantados.
          – O que houve Abeline? – falou o velho gaguejando. – Por favor, nos conte, não estou mais na idade de receber notícias desse jeito – ralhou ele. – Conte-nos!
          Juliet viu o lábio inferior de Abeline tremer e seus olhos se encheram de lágrimas. Queria acalmá-la, porém ela estava assustada também.
          – Acabo de receber uma notícia, senhor. É do hospital...
          Em menos de um segundo o velho pensou em Valéria. O que será que houve com ela? Juliet permaneceu calada. Algo a engasgava.