terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Já Li Metade - MANUAL DOS JOVENS ESTRESSADOS

Oi galera,

Trago a vocês pequenos trechos do Livro: MANUAL DOS JOVENS ESTRESSADOS, Mas muito inteligentes, do Dr. Augusto Cury.


"A pior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Quando perdoamos, ele morre dentro de nós, deixa de ser inimigo, ainda que não seja um amigo. E o maior favor que se faz a um inimigo é odiá-lo. Odiando-o, ele será registrado privilegiadamente em nossa memória, e desse modo, vai dormir conosco e perturbar nosso sono.

[...] Michael [...] caminhou até uma grande ponte no centro da cidade. Vinte metros abaixohavia uma avenida movimentada. Era um barulho infernal. Subiu na grade de protação, olhou para baixo, queria viver seu último fôlego de vida

[...]

Todos estavam abaladíssimos com a atitude do jovem que, começando a vida, já queria desistir dela.

- SOU UM COMPLETO FRACASSO! NÃO PEDI PRA NASCER! MAS DECIDO MORRER! VOU SAIR DESTE PLANETA!

Engoli em seco e fiquei calado, pensando. 'Pelo menos ganhei mais alguns segundos', refleti..."

[Trechos retirados das páginas 94 e 95 do Livro: Manual dos jovens estressados - Augusto Cury - Editora: Planeta]

Centésima postagem! FELIZ 2014!!!

Olá pessoal,

Só queria lhes desejar um Feliz 2014, e que vocês realizem tudo que tem vontade, independente do que for...
Espero também que atinjam metas de leituras e leiam muito mais!


Que venham mais Livros! Que venha a felicidade!

FELIZ ANO NOVO!!!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

JOHN GREEN

Olá pessoal,

Trago à vocês mais um texto do meu "parceiro de históras": Junno!

Você conhecerá um pouco mais de John Green através das palavras do sr. Junno Sena, confiram!

JOHN GREEN

"Eu estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Eu estou apaixonado por você, e sei que o amor é um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos, todos nós, condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizermos voltará ao pó, e sei que o Sol vai engolir a única Terra para chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você."
- John Green

[...] sempre gostei de Neil Gaiman, mas passei a gostar de John Green à pouco tempo. Como devem perceber, é do próprio que quero comentar.
 
Há uma semana atrás eu pensei em falar de um nome clássico, como Hawthorne ou Fiódor ou até mesmo Sidney Sheldon, por causa do livro do Sr. José que me remeteu muito ao seu estilo, me levando ao passado, por assim dizer, mas então por um acaso li Will&Will, leia minha resenha aqui e percebi que não podia falar de outro autor.
 
John Green nasceu dia 24 de agosto de 1977 em Indianópolis, Indiana, EUA e começou a sua carreira com um voggler junto de seu irmão, Hank Green chamado Brotherhood 2.0, que devo dizer, é um projeto estranho, pois consistia em passar todo o ano de 2007 sem se comunicar por forma de texto com o dito irmão, ambos se compromissando a postar vídeos em dias alternados (excluindo o sábado e domingo). Só que ficou um pouco maior que o esperado, fazendo até os mesmos interagirem com os fãs como nerdfighters e continua até hoje. O que é interessante, pois todo autor tem uma história anterior a sua fama e a maioria se inicia em vlogs ou blogs ou sei lá, no jornal da escola (Se alguém tem isso, apesar que eu tinha no meu colégio, só que era horrível e os alunos não participavam, então, parece que perceberam que gastavam papel à toa e deixaram de fazer o jornal. Fazer o que?).



O seu primeiro romance foi Quem é você Alasca? em 2005, mas ele tomou realmente fama com o livro A Culpa é das Estrelas, pelo menos aqui no Brasil, pois  "Quem é Você, Alasca?" ficou em 10º na lista de best sellers do New York Times, 385 semanas depois de ser lançado. O que talvez seja devido a editora, um fato o qual deveriam ser mais divulgadas, por exemplo, se eu listar as editoras na minha estante, a maioria se limitara à Galera Record, Leya e Intriseca, o que é uma pena, pois assim deixamos de conhecer muitos autores.
 
John Green em sua carreira já teve alguns prêmios significativos como Michael L. Printz Award Winner e How I live now? pelo Quem é você, Alasca?, além de alguns outros.
 
E não se enganem, mesmo que suas histórias sejam tão originais à ponto de ser difícil se comparar, John Green como qualquer outro autor tem dificuldades de inspiração, "Não. Tentei escrever essa história por muitos anos e continuava falhando, o que era extremamente frustrante. Foi difícil por muitas razões, mas acho que a principal é que eu queria que os personagens fossem pessoas reais – engraçadas, irônicas, com raiva, inteligentes – e eu não queria perder essas características por serem personagens que estavam doentes. Isso foi difícil. Eu seguia caindo no sentimentalismo e romantizando os personagens e sua falta de sorte." disse ele em uma entrevista se referindo a produção de A Culpa é das Estrelas..
 
A dificuldade não está na história muitas vezes, pois a mesma, pelo menos no meu caso, já esta pronta, se iniciando e terminando com seus próprios atores e falas engraçadas em sua cabeça, a dificuldade é passar toda a perfeição da mesma da sua cabeça para o papel e conseguir passar esses personagens tão cativantes em sua memória de um modo que todos pensem o mesmo dele.
 
O mesmo tem uma escrita muito interessante, digo, ele não apenas escreve bem, mas é como se ele escrevesse sobre você muitas vezes, eu ainda fico imaginando que ele apenas pode ter me vigiado, pois vi no livro Will&Will tantas frases que eu próprio diria. Ele diz o seguinte sobre o mesmo "Bem, conheço muitos adolescentes. Leio as centenas de comentários que eles deixam no YouTube, Twitter, blogs, e isso me ajuda a entendê-los enquanto vou ficando mais velho.", mas acho que o mesmo apenas fica velho em corpo, pois cada página de seu livro é como se fosse um jovem adulto lendo, o que o torna um autor brilhante, por falta de palavras.
 
 
E acho que não é apenas isso que o torno especial como autor, mas também a proximidade dele e os fãs, o mesmo posta vídeos, lê os comentários e tenta pensar como eles, não é como se fosse uma secretário em estágio escrevendo seus tweets, mas o próprio, uma prova disso é que A Culpa é das Estrelas (já estou falando demais dele) é baseado em uma fã, Esther, e assim acho que devo agradecer à ela, pois talvez sem esta jovem fã, nunca teríamos conhecido esse romance.
 
"Esther era uma fã dos meus livros e dos vídeos que eu faço com meu irmão. Eu a conheci em uma conferência, em 2009. Nos tornamos amigos e fomos amigos até a sua morte (ela teve câncer), em agosto de 2010. Esther era uma pessoa incomum, e conhecê-la me lembrou de como os adolescentes podem ser introspectivos e ao mesmo tempo ter uma empatia estonteante. Pensar sobre essas qualidades me deu uma nova visão dessa história, que tentei escrever por 10 anos. É importante dizer que Esther era muito diferente de Hazel e que eu certamente não quis me apropriar da história dela. Mas eu jamais poderia ter escrito este livro se não a tivesse conhecido. Ela inspirou cada palavra." ele diz brevemente sobre ela e também a sua dificuldade e tempo para terminar. E ainda disse mais "Esther vai viver através da ajuda das pessoas, do voluntarismo, e não pela minha pequena história."
 
 
Apenas disse maravilhas do mesmo, mas devo acrescentar que seus finais me deixam formigando por dentro, isto é, eles são meio que sem um fim próprio e certas vezes me pego pensando "E os Wills Graysons? E a Hazel? E o Colin? O que pode ter acontecido depois" e isso tanto faz as suas obras viciantes por querer mais personagens como estes como também meio tristes, pois é como se nada tivesse um fim e a história continua em um mundo paralelo sem você saber o que ocorrer (talvez seja até bom, estão vivos em nossas memórias, mas não sei).
 
Acho que é isso que eu tenho à falar dele, não é muito, nem pouco, parece ser o necessário.
 
Links para você que é stalker: FacebookTwitterVlogBrothersJohn Green's Tumblr e Nerdfighters.
   
"Você pode amar muito alguém, mas você nunca pode amar uma pessoa tanto quanto pode sentir falta dela"
- John Green

   - Obrigado por lerem, ok? 
   - Ok. - você diz inocentemente
   - Parem de flertar comigo - respondo aos risos
   Há uma pausa silenciosa seguido de mim explicando:
   - Sim, é assim que eu reajo após um "ok" .
 
By Junno Sena!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O CÚMPLICE E O ASSASSINO - Capítulo 18

18
Quando eram 22h00, eles decidiram ir para os quartos. Juliet estava com o seu notebook no colo. Via sua caixa de e-mails. Apagava alguns e repassava outros aos seus colegas.
            – Quem? – disse Juliet meio aérea. – Alguém quer me adicionar. Mas está sem foto. E ah, pessoal olhem: o nome dele é “Interrogação”. Quem seria?
            – Deixe-nos ver – disse Douglas. Todos se aproximaram do notebook. – Interrogação? Esse cara, seja lá quem for, é um idiota. Quem colocaria um nome desses num e-mail?
            – É – falou Billy – mas o que ele te mandou?
            – Ah, mandou um convite para eu aceitá-lo, e um anexo: “o Cúmplice e o Assassino”. O que seria isso?
            – Abra pra vermos – sugeriu Carol.
            – Ok, vamos ver – Juliet clicou no anexo e abriu-o. Todos perceberam que eram regras para um jogo. O que se lia era o seguinte:

O CÚMPLICE E O ASSASSINO

Número de Jogadores:
A partir de 08.

Introdução:
Há um assassino à solta e ele está espalhando o terror na cidade. Os detetives são os próprios habitantes, que tentam desvendar o mistério antes que se tornem vítimas. Ao final desta incrível busca pelo criminoso, ficam três pessoas frente a frente, dentre elas, o Assassino, que fingiu por todo esse tempo. Todo mundo é suspeito. A “acusação final” começa, e assim, descobre-se o assassino ou não.

Personagens:
Cúmplice, Assassino, Vítimas, Suspeitos e Inocentes.

Regras:
1ª – CENÁRIO: é formado um círculo bem aberto, com a distância de um braço (pelo menos) de um participante para o outro. Não é aconselhável usar um local bem iluminado, pois a sombra pode ser uma pista que entrega o Assassino.

2ª – O CÚMPLICE: por meio de votação, sorteio ou autoindicação é escolhido o Cúmplice, que tem como objetivo, indicar um Assassino. Como escolher o Assassino: o Cúmplice ordena que todos se sentem, abaixem as cabeças e fechem os olhos. Feito isso, ele dá voltas nos Suspeitos e com um leve toque na cabeça ele denomina o Assassino. Dica: escolher uma pessoa que seja discreta ou que saiba fingir bem.

3ª – O ASSASSINO: o Assassino levanta a cabeça e abre os olhos, sua missão agora é matar sem ser descoberto. Como matar: a pessoa escolhida, discretamente, aponta para a sua Vítima. Logo após, o Assassino volta em sua posição inicial (cabeça abaixada e olhos fechados) e o Cúmplice diz para que todos “acordem”.

4ª – A VOTAÇÃO: após todos acordarem, o Cúmplice declara a Vítima. Ela por sua vez, dá um palpite de quem a “matou”. Logo depois, cada um dos Suspeitos dá seu palpite, inclusive o Assassino (para sua defesa). Dica: a Vítima e o Assassino têm que ser convincentes, levando os outros a votarem também na pessoa de sua preferência, podendo assim, dar argumentos do tipo: a pessoa sorriu quando “acordou”; ouvi que os passos do Cúmplice pararam em tal pessoa; etc.

5ª – ASSASSINO OU INOCENTE: o Suspeito que tiver mais votos revela-se, dizendo: “sou o Assassino” ou “sou Inocente”. Não podendo blefar. Caso o mais votado for realmente o Assassino a brincadeira acaba. Caso a pessoa seja o Inocente a brincadeira continua com o mesmo Assassino e saem do jogo a Vítima e o Acusado.

6ª – ACUSAÇÃO FINAL: o Cúmplice manda todos “dormirem” novamente, e o ritual se repete, até que restem somente três pessoas na brincadeira. Nisso, o Cúmplice pede para o restante dos participantes se levantarem e chega a hora da “Acusação Final”, onde, frente a frente, eles dão seus palpites.

7ª – OS VENCEDORES: após a “Acusação Final” o Suspeito que receber dois votos revela-se: “Assassino” ou “Inocente”, caso seja Inocente, vencem o jogo o Assassino e o Cúmplice, caso ele seja descoberto, vencem as duas pessoas que o indicaram e mais a sua última Vítima.

Sugestões:
Obtendo um grande espaço e várias salas, a brincadeira pode se tornar ainda mais intrigante. Pois ao invés de ficarem numa roda, cada participante pode se posicionar em uma sala. Podem-se usar apetrechos, como por exemplo: roupas, armas de brinquedos, máscaras etc. O Cúmplice pode narrar a história também, para deixar o clima mais sombrio e arrebatador. Como por exemplo: “Nesta noite gélida o Assassino da Foice fez mais uma Vítima, tirando cruelmente sua vida”, “Enquanto a cidade dorme, o Assassino faz a sua caçada”, “Neste nascer do sol, viu-se um corpo estirado no beco”. Siga as regras com fidelidade. É proibido blefar quando se exige a verdade. Para o Cúmplice: boa escolha; para o Assassino: boa caçada; para as Vítimas: descansem em paz; e para todos: bom divertimento! Façam a escolha certa e preservem suas vidas!

            – Uau! – exclamaram.
            – Demais! – disseram Billy e Andrew ao mesmo tempo.
            – Muito interessante – opinou Douglas.
            Minutos depois decidiram brincar, apesar do sono, mas aquilo era realmente atrativo. Leram e releram as regras e por fim deram mais atenção às sugestões. “E que tal brincarmos em outro lugar?”. “Que nada Andrew”. “Mas deve ser legal”. “Billy, não viaja”. “E se apostarmos? Valendo dinheiro”. “Dez?”. “Vintão”. “Da hora, gostei”. “Mas aonde poderíamos brincar?”. “Na escola”. “Escola?”. “Mas ainda hoje?”. “Por que não?”
            – Espera gente – Juliet estava confusa, pois para ela era uma situação confusa. – Como é? A gente vai brincar mesmo em outro lugar? – perguntou Juliet, com o coração batendo muito forte. “Seria uma experiência muito radical sair de casa a noite, mas e se titio souber? Nossa ele vai brigar tanto! Mas, e se ele não descobrir? Voltarei logo, eu acho”, pensava ela.
            – Ah, por que não? – ouviu-se Douglas dizer mais uma vez.
            – Tá. Vamos fazer assim, o meu tio vai dormir daqui a pouco, eu tenho que levar um remédio para ele, tenho que mimá-lo para tomar e logo depois que ele toma, dorme. Não acredito que vou sair de casa a essa hora!
            – Vai ser legal! – disse Billy – Mas valendo né? Preciso de grana.
            – Tá, tá bom – disse Andrew. – Assim a brincadeira fica até mais divertida.
            – Mas espera, aonde vamos? A escola está fechada agora – Juliet tentou se esquivar.
            – Então, é exatamente pra lá que nós iremos. E é obvio que está fechada, estamos de férias. E outra, se alguém estivesse lá, não daria pra brincarmos.
            – Eu sei Andrew, mas não acredito que vou fazer isso – disse Juliet com a voz minguando. – Nunca saí de casa a essa hora. Meu tio me mataria.
            – Relaxa garota – disse Billy passando um braço por de trás de sua cintura.
            – É mesmo, né? – disse ela, ainda tensa. – Bom, então me ajudem, eu vou guardar o meu notebook e preciso ir ao meu quarto. Alguém pega a bandeja de remédios pra mim? Está em cima de uma mesinha, lá na cozinha, Abeline sempre a deixa pronta, com um copo d’água, dois comprimidos e uma caneca com chocolate quente, ele adora.
            – Está bem, pode deixar – disse Andrew.
            – Preciso ir ao banheiro – falou Billy, vou descer.
            – Tudo bem ­– Juliet disse distraída. – Meninas me acompanhem, por favor, quero que vejam meu zoológico de pelúcia antes – riu. – Adoro. – Por alguns segundos Juliet lembrou-se do que Abeline havia falado sobre sua infantilidade e tinha que concordar. Lembrando que Fabiano também dissera o mesmo.
            – Vou pegar a bandeja rapazes, já volto – Andrew estava descendo as escadas minutos depois. Quando chegou à cozinha encontrou Billy e mais um rapaz, que ajeitava algumas coisas numa bandeja sobre o balcão. “Não é a empregada quem arruma?”-  se perguntou. – Oi, eu vim pegar o remédio do Sr. August. Prazer, eu sou o Andrew – disse ele estendendo a mão para o jovem desconhecido.
            – Prazer – respondeu ele. – Meu nome é Alex, sou o motorista da família.
            – Humm. É... Billy, o que faz aqui? Você não ia ao banheiro?
            – Ah sim. Ia, mas acabei me perdendo, achei que fosse aqui, perto da cozinha.
            – Mas como já te disse Billy, o banheiro dos hóspedes é lá em cima mesmo, certo?
            – Ah sim, Alex. Valeu heim cara. Tô indo.
            – Bem, eu vou pegar. Com licença.
            – Toda – respondeu Alex. – Boa noite – disse ele quando Andrew ia saindo.
            – Ah, boa noite. – Andrew foi para o quarto. Quando chegou lá Billy ainda não estava. – Pessoal, vou levar isso para Juliet, já volto.
Juliet recebeu e foi ao quarto de seu tio. E como em todas as noites, August tomou os comprimidos com a água, e logo em seguida bebeu seu chocolate quente. “Boa noite minha filha”. “Boa noite titio, durma com os anjos”. Ela desceu para levar as coisas, e depois voltou para o quarto e chamou as garotas. “Vamos lá com os meninos, meu tio já vai dormir”. Quando chegou lá viu Andrew perguntando ao Billy:
– O que você estava fazendo lá na cozinha se você disse que ia ao banheiro?
– Escuta Andrew, eu não lembrava onde era o banheiro.
– Ah, oi Juliet – disse Andrew quando a viu. – Posso te fazer uma pergunta?
            – Sim.
            – Vocês têm um motorista chamado Alex?
            – Ué Andrew, sim, por quê?
            – Tão novo assim? Deve ter nossa idade. Achei meio estranho, mas tudo bem.
            – Ok – Juliet falou. – Bem gente, nós vamos mesmo?
            Meia hora depois eles já estavam na escola. Juliet não acreditava que tinha pulado o muro para entrar lá. Seu coração batia feito uma bomba prestes a explodir. Ela não estava acreditando que tinha saído escondido do seu tio também. Não tinha seguranças lá na escola, somente as salas que continham computadores é que tinham alarmes. No andar de cima todas as portas estavam abertas, pois não tinham nada de valioso. As TVs eram guardadas em armários metálicos, que estavam trancados, mas fora isso, nada mais tinha de segurança.
            Antes de sair, Juliet falou para os porteiros, que se caso Abeline perguntasse dela, era para falar que foi dar uma volta, e que estava em casa em pouco tempo.
            Todos subiram para o segundo andar, onde havia dez salas de aula, todas com as portas destrancadas. Nas extremidades do corredor tinham escadas, que levavam para o andar de baixo e em cada lado tinha cinco salas idênticas. Era tudo simétrico.
            – Bem gente. Vamos começar? Valendo quanto? – perguntou Billy.
            – Ah, deixa disso – falou Lucy.
            – Quem concorda em brincar valendo dinheiro? – Billy perguntou, recebendo os olhares de reprovação da turma. Juliet notou o desespero que crescia nele, e decidiu ajudá-lo.
            – Vamos brincar valendo, então – falou. Ela pensou que seu amigo realmente não tinha dinheiro e estava fazendo de tudo para ganhar uns trocados.
            – Quanto então? – perguntou ele.
            – Cinquenta? – sugeriu Juliet.
            A maioria fez cara de reprovação. Juliet não entendera direito o motivo, mas logo Maicon falou: “Cinquentinha? Isso é o que eu tenho pra gastar na semana, não numa brincadeira”. Juliet corou. Alguns riram. O que era cinquenta reais para ela? Realmente não havia pensado que nem todo mundo anda com esse valor no bolso ao acaso. “Vintão até que vai, como já tínhamos sugerido lá na casa dela”, continuou Maicon, apoiado por Bryan, que meneava a cabeça.
            – Perdão. Vinte reais então – disse Juliet sem jeito, e sacando de seu bolso uma nota novinha.
            Billy sorriu. “Que bom”, pensou. “Eu guardo o dinheiro”, disse Billy. Todo mundo ia colocando as notas no montinho que passava de mão em mão. Ia crescendo conforme ia passando. “Moeda não”, disseram alguns quando Bryan contava poucas moedas na mão para fazer piada. Todos riram, até ele. Billy pegou as notas e depositou-as no bolso de trás de sua bermuda jeans. “Pronto. Vamos começar? Juliet tem que voltar, ou melhor, temos que voltar logo”.
            – É mesmo – concordou a moça. – Quem será o Cúmplice? – perguntou ela abrindo a mochila e retirando uma máscara branca, toda lisa, e um pano preto embrulhado, parecia um sobretudo velho, mas logo via-se que era uma capa amassada. Juliet retirara de um baú de fantasias que tinha. – Está aqui. A máscara e a capa. E vamos depressa.
            Ficaram discutindo quem seria o Cúmplice e logo Andrew foi nomeado para tal cargo. A brincadeira ia começar. Ele já estava pensando quem seria o Assassino, teria que fazer uma boa escolha, pois só ganharia o jogo se o Assassino fosse bem escolhido.
            – Cidade dorme – anunciou ele. Era para todos entrarem em suas salas escolhidas e ficar lá, para que ele escolhesse o Assassino. Observou por um minuto, relembrando onde as pessoas estavam. Andrew, do meio do corredor, estava próximo à escada de entrada, e começando por sua esquerda estavam respectivamente: Billy, Lilian, Maicon, Carol e Lucy. E ao lado direito encontravam-se: Denny, Juliet, Douglas, Bryan e Elita no final do corredor, perto da escada de saída.
            Andrew acabou escolhendo Denny para ser seu Assassino. Ele aproximou-se da porta de Denny e abriu-a.
            – Vai lá, e não dê pistas, ok? Vamos ganhar este jogo. Fico esperando.
            – Ok. Já volto – respondeu ele aos sussurros também.
            Denny saiu cuidadosamente da sala, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ele tremia quando pegou a capa e a vestiu, depois colocou a máscara em seu rosto e rumou-se para sua Vítima. Juliet.
            Todos estavam naquela expectativa. Denny abriu a porta de Juliet e entrou. Ela estava lá, e fez uma cara de emburrada por ter que sair do jogo tão cedo.
            Segundos depois, Lucy viu a maçaneta de sua porta abrir. “Droga” pensou. “Sou a primeira a morrer”.
            Denny tirou a capa e a máscara.
            – Ah, então é você? – Lucy surpreendeu-se, mas antes que desse a resposta inútil, ele partiu para cima dela e a fez sentar em uma carteira. Ele começou a ficar ofegante, e deu-lhe um beijo exageradamente molhado e quente. Lucy abanou-se quando os lábios seus desencostaram dos dele. “Nossa, Denny, pensei que você não tivesse visto o quanto eu te olhava”.
            – Claro que percebi e essa noite, eu não poderia deixar de fazer isso – sussurrou. – Tenho que voltar agora. “Matei” Juliet. – Deu-lhe outro beijo, curto e mais simples. Nem se incomodou em recolocar o disfarce, somente saiu com as coisas na mão e foi até a sua sala.
            – O que houve? – perguntou Andrew. – Demorou mais que o normal. O que você fez?! Você tinha que ser um pouco mais rápido. Será que alguém desconfiou?
            Os dois se conversaram por mais alguns segundos, Denny falara sobre ele e Lucy. Esboçaram risos. “Beleza”, falou Andrew. O jogo iria continuar.
            – Me deixe sair e disfarce bem, certo Denny? Aja naturalmente a partir de agora.
            Andrew ficou no meio do corredor e anunciou: “cidade acorda!” Todos abriram as portas, com exceção de Juliet. O pessoal já tinha percebido, obviamente, que ela tinha morrido. Andrew categoricamente anunciou:
            – Nessa madrugada, o Assassino das Altas Horas fez a sua primeira Vítima. E esta é Juliet, uma jovem moça, bonita e rica. Os “vizinhos” agora têm a difícil missão: indicar um Suspeito, mas antes, vamos para o voto da Vítima, logo seguiremos com as demais acusações. Por favor, Juliet, saia da sala e diga-nos quem você acha que a “matou”.
            Houve silêncio por uns cinco segundos. “Juliet, tá na hora de dar o seu voto”, disse Andrew. Mas nenhuma maçaneta girou,  ninguém respondeu. Houve murmúrios dos demais. “Juliet, já pode sair!”
            – Tem algo de errado – falou Douglas.
            – Ai, ai, ai – gemeu Lucy. Ficara vermelha de um segundo para o outro.
            Andrew deu duas batidinhas na porta da sala onde estava Juliet. Apenas silêncio. Mais uma batida. “Juliet?”. O rapaz girou a maçaneta devagar, como se ela fosse feita de uma substância ultrassensível. Os sentidos se aguçaram. Uma gota de suor se formava na testa de Andrew. “Pare Juliet, está nos assustando”, pediu Carol. “De verdade”, acrescentou Elita. Mas o que havia dentro daquela sala, além do silêncio, era um corpo no chão, sangrando. Uma Juliet sem vida estava ali. Andrew deu um passo para trás, recuando desajeitadamente, assustando ainda mais o pessoal.
            – O que foi? – perguntaram os outros.
            Maicon tomou iniciativa de ver o que havia na sala. Denny o acompanhou. Testemunharam Juliet no canto da sala, imóvel e suja de sangue.
            – Meu Deus! – falou Maicon recuando e fechando os olhos.
            Todos puseram-se a olhar, mas desejaram não ter tanta curiosidade assim, pois era difícil ver que uma amiga estava morta bem ali. E ainda mais Juliet.
            As garotas caíram no choro. Levando as mãos à boca, queriam gritar, porém não era uma boa hora. Nem sabiam o que fariam. Lucy fitou Denny, e seu lábio inferior começou a tremer, ele devolveu-lhe um olhar de “eu não fiz nada”.
            – Não podemos ficar aqui! – gritou Lilian. – Não podemos ficar parados! Juliet morreu! Temos que agir! Meu Deus, o que aconteceu?!
            – Vamos chamar a polícia – sugeriu Andrew. – Ninguém sai daqui. – Billy, você pode ligar?
            – Acho que não consigo, Andrew.
            – Por quê?
            – Não consigo relatar a morte de alguém, não tenho condições.
            – Deixa que eu faço – ofereceu-se Douglas, que pegou o celular e discou o número da polícia. No quinto toque uma moça atendeu. – Oi, quero anunciar um homicídio. Está bem... Na ETECE, Cidade Esperança. Isso mesmo... Por favor, rápido! Sim, com certeza... Foi agora mesmo... Obrigado! – e desligou.
            Todos estavam tomados pela tensão.
            – Eles virão o mais rápido que puderem. Vamos todos à delegacia pelo jeito. Coitada de Juliet, não merecia morrer. – Ao dizer isto, as garotas recomeçaram a chorar.
            O que era para ser somente uma brincadeira divertida transformou-se em um jogo mortal.

O Cúmplice e o Assassino - Fim da Primeira Parte!



Olá meus queridos e amados leitores!

É com grande satisfação que postarei o Capítulo 18 da minha obra!
É nele que está o ápice da primeira parte... depois disso entra a segunda parte com interrogatórios! E já adiantando: escrevi a segunda parte em primeira pessoa, pois quis expor a visão do detetive William Tracehunter e explorar minhas habilidades em narrar como se fosse o personagem... Espero que continuem lendo, e aprovem esta fase...

E a mais longa parte, é a terceira... onde exploro muito mais o lado "suspense policial"... pois nela fiz um misto de: investigação criminal, mais morte, pistas falsas, mentiras, injustiça, e você poderá conhecer melhor nossos personagens que rodearam a morte de nossa querida "pessoa que foi assassinada" (para não dar spoiler, rsrs) e também conhecerá mais sobre o círculo de amizade e de profissionais que cercavam nosso gentil August Kind...

Bom, mas para conferir tudo isso, preciso que participem do meu grupo fechado no Facebook... pois não mais postarei capítulos separados aqui no Blog. [Aaaahhhh...].

Mas a vantagem é a seguinte: você poderá fazer o download do Livro completo, através da página, e poderá conferir tudo o que acontece na Cidade Esperança, pois uma trama enrolada e recheada de investigação está pra começar, porque o Livro toma um rumo muito diferente do que foi lido até agora.


Espero que gostem, e ficaria muitíssimo contente se fizerem o download de O Cúmplice e o Assassino e me dessem feedbacks... todos que recebi até agora foram de suma importância pra mim, e o que me deixa mais feliz é que todos foram muito bons de serem ouvidos! Obrigado a todos que leram, e que elogiaram minha obra! Fico muito feliz por isso!

Sem mais: espero muito que você, isso mesmo, você, vá até a página e participe do meu grupo!
Muito obrigado! Conto com seus comentários, e obrigado por fazer parte desse meu sonho!

Clique aqui para fazer parte do grupo!!!

Obrigadããããoooo a todos!!! \o/


Já Li Metade! O CHAMADO DO CUCO (Robert Galbraith - J. K. Rowling)

Olá pessoal!

Trago a vocês alguns trechos do Livro: O Chamado do Cuco [Robert Galbraith], no Já Li Metade...

J. K. Rowling, sob o pseudônimo: Robert Galbraith, está me deixando hiper curioso, e me surpreendeu muito com seu talento para criar aquele clima de suspense policial na dose que eu adoro! Imaginem só quando eu terminar de ler! \o/



Seguem os trechos:

"[...] e lá estava Robin, à sua mesa, parecendo muito animada com alguma coisa.

- Seu chá - disse ela, indicando uma xícara fumegante.

- Ótimo, obrigado. Só me dê um minuto - disse ele, e saiu para urinar no banheiro do patamar. Ao abrir o zíper da calça, ele se viu no espelho, amarfanhado e com a barba por fazer. Não era a primeira vez que se consolava por seu cabelo ter sempre a mesma aparência, escovado ou não.

- Tenho novidades - disse Robin quando ele voltou à sala, passando pela porta de vidro e, com agradecimentos reiterados, pegou a xícara de chá.

- Sim?

- Encontrei Rochelle Onifade.

Ele baixou a caneca.

- Etsá brincando. Mas como...?

- Vi no arquivo que ela devia comparecer a uma clínica ambulatorial no St. Thomas - disse Robin, animada, vermelha e falando acelerado -, então telefonei para o hospital ontem à noite, fingindo ser ela, disse que tinha esquecido a hora marcada, e eles me disseram que era às 10:30 da manhã de quinta-feira. Você tem - ela olhou o monitor do computador - 45 minutos.

Por que ele não havia pensado em dizer a ela para fazer isso?

- Você é um gênio, um verdadeiro gênio...

Ele derramou chá quente na mão e baixou a caneca na mesa.

- Sabe exatamente...?

- Fica na unidade de psiquiatria, contornando os fundos do prédio principal - disse Robin, em júbilo. - Olha, pegue a Grantley Road, tem um segundo estacionamento... [...] Dá tempo de sair agora - insistiu Robin.

- É... vou pegar minhas coisas.

Strike correu para pegar a carteira, o relógio, cigarros e o telefone. Estava quase passando pela porta de vidro, espremendo a carteira no bolso de trás, quando Robin falou.

- Er... Cormoran...

Ela nunca o chamara pelo nome. Strike supôs que isso fosse a causa de seu leve ar de embaraço; depois percebeu que ela apontava sugestivamente para o umbigo dele. Olhando para baixo, ele notou que tinha abotoado a camisa errado, e que expunha uma parte da barriga tão peluda que parecia um capacho de sisal preto.

- Ah... sim... caramba...

Robin voltou a atenção educadamente para o monitor, enquanto ele abria e fechava os botões.

- Tchau."

[Trechos retirados das páginas 224 e 225 do Livro: O chamado do Cuco - Robert Galbraith (J. K. Rowling) - Editora Rocco] 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O CÚMPLICE E O ASSASSINO - Capítulo 17

17
Alvoreceu vagarosamente. Juliet rolou um pouco em sua cama e abriu os olhos. Seus músculos estavam descansados e sua cabeça já não dava mais aquelas incomodáveis latejadas. Olhou para o seu relógio na cabeceira da cama e viu que já se passara da hora de acordar. Era quase hora do almoço e ela estava faminta. “Acho que vou sacrificar o café da manhã e vou logo almoçar”.
            Após escovar seus cabelos, retirou-se preguiçosamente do quarto. Quando já estava no meio da escada lembrou-se de algo: escovar os dentes.
            Correu para o banheiro do seu quarto. Ouviu a voz de Abeline na grande sala. “Juliet, já acordou? Você está bem?”
            A moça não respondeu. “Daqui a pouco eu desço”, pensou.
            Juliet colocou a escova com o creme dental na boca e logo sentiu o delicioso gostinho de menta. Como um choque ela recordou-se do licor.
            – Meu Deus! Será que eu sou uma alcoólatra agora?
            Ela ficou pensativa e preocupada, mas era bobagem, todo mundo no mundo já bebeu um pouco, pelo menos. “Sou mais uma”, pensou, tentando se reconfortar. De tanto ficar pensando, teve o desejo de sentir pelo menos uma gotinha daquela bebida maligna e deliciosa ao mesmo tempo. “Pare Juliet!”
            Desceu as escadas com pressa. O almoço estava quase pronto. Encontrou Abeline na cozinha. Deu-lhe o beijo matinal e sentou-se.
            – Está se sentindo bem, querida?
            – Sim, tia Be.
            O silêncio continuou. Até que Abeline comentou sobre seu filho. “Ele está bem estranho. Depois do divórcio ele ficou tão diferente”.
            – Relaxe tia Be. A senhora sabe como manter o controle sobre as coisas... E o titio?
– Ah, ele foi à Metal, saiu bem cedo e disse que depois ia passar na casa de Fabiano para conversar um pouco.
– Entendi. Tia Be... Estou pensando no que foi combinado ontem com o Sr. Kind.
            – Não o chame assim, minha filha.
            – Brincadeira. Então, vou convidar meus amigos para vir aqui hoje, o que acha?
            – Por mim tudo bem.
            – Será que meu tio deixa...
            – O quê? – disse Abeline, pois Juliet parou para pensar um pouco. – Dormirem aqui? – sugeriu.
            – Isso! Será que ele deixa? Heim tia? Você me ajuda?
            – Minha filha, você não acha que é cedo demais para isso? Acho que o seu tio não vai gostar muito da ideia!
            – Mas ele mesmo falou, ontem à noite, lembra?
            – Lembro-me perfeitamente, querida. Porém, dormirem aqui? Não sei não, mas podemos tentar falar com ele, né?
            As duas se abraçaram e antes que se desprendessem Abeline disse:
            – Você não perdeu seu espírito de criança ainda, não é mesmo? Parece uma garotinha pedindo para que os amiguinhos durmam na sua casa. Juliet, você ainda é uma criança, minha filha...
            – Ai tia Be, que drama. – E sorriram.
            August chegou naquela hora, acompanhado de Fabiano.
            – Boa tarde – disse Fabiano para Juliet e Abeline.
            – Boa tarde – responderam. Juliet olhou para seu tio e deu-lhe um abraço. “Boa tarde, tio”.
            As mesmas frases ditas na noite passada por ele passaram por sua mente na hora. “Que vergonha, será que o tio falou para Fabiano?”
            – Já se sente bem? – Fabiano fizera a pergunta fatal.
            “Droga, ele contou... que vergonha”.
            – Já sim, estou melhor – foi o que conseguiu dizer.
            Almoçaram todos juntos. Foi bom, tirando as partes em que August e Fabiano falavam tecnicamente, discutindo algumas pendências da empresa.
Uma lâmpada acendeu sobre a cabeça de Juliet, que lançou um olhar para Abeline, acompanhado de um sorriso malicioso. Tivera uma ideia.
            Quando August e Fabiano deram uma pausa para pegar a sobremesa, Juliet não perdeu tempo e disse: – Tio, eu estou pensando numa coisa.
            – O quê, por exemplo?
            – Sabe os meus amigos? Então, eles poderiam vir aqui?
            – Aqui? – disse o velho com tamanha tranquilidade. Juliet até achou estranho, mas entendeu o porquê dessa calmaria quando ele terminou a frase: – Podem sim, quem sabe no final do ano para que possamos passar o Natal?
            “Bem, até que não é má idéia”, pensou a moça. “Mas quero hoje, quero que venham hoje”. Respirou profundamente e disse: – Hoje. Eles podem vir hoje?
            August permaneceu calado, mastigou o resto do que tinha em sua boca e olhou para Fabiano. Juliet na hora pensou: “Ainda bem que Fabiano está aqui, ele pode me ajudar”.
            O seu tio percebeu qual a arma que ela tinha nas mãos: Fabiano. E decidiu deixar:
            – Juliet, Juliet. Você não é nada boba! Deixo sim, querida.
            – Ah, obrigada – disse ela, mas sem muita emoção, pois o pedido ainda não fora feito por completo. Respirou fundo mais uma vez e soltou o que estava preso na garganta. – Para dormirem?
            Ela quis fechar os olhos quando o seu tio se engasgou com um morango. Abeline e Fabiano ficaram em pé para socorrê-lo, porém não fora nada. Ele estava bem. Quando se recuperou do susto pôs-se a dizer: – Juliet, isso já é demais! Você só os conhece há alguns meses. Dormirem aqui é...
            – Calma – interpôs Fabiano. – Juliet, esse pessoal é confiável? São pessoas boas? Você confia neles? – Ela balançou a cabeça positivamente. – Então vamos pensar. August, – e virou-se para ele – você poderia dar um pouco mais de crédito para sua sobrinha. Ela tem vontades e você sabe disso. Tudo bem que ela ainda parece uma criança, mas é direito dela satisfazer suas vontades.
            “Não gostei da parte da criança, mas Fabiano está conseguindo mudar a idéia do meu tio, está funcionando!”
            Uma vozinha no inconsciente começou a discutir com ela: “Você deveria ter vergonha moça. Tudo que quer pede para que Fabiano resolva. Você já tem dezessete anos, sabia? Já está bem grandinha e já pode aceitar os ‘nãos’ de seu tio”.
            Quando ela decidiu desistir e pedir para que Fabiano parasse de falar, um “sim” saiu da boca de August. “Então tá, você pode trazer seus amigos aqui. Hoje. E eles podem dormir sim. Pedirei para que Abeline ajeite os quartos de hóspedes. Você venceu mais uma vez Juliet”.
            Ela encheu seu tio de beijos e abraços. – Obrigada! – disse. Piscou para Abeline e disse algo inaudível. Abeline fez leitura labial e entendeu: “Consegui, tia Be”. Ela também sorriu.
            Meia hora depois Juliet estava ao lado do telefone, pegou o número de seus colegas e começou a convidá-los:
            – Carol, eu quero que venha dormir aqui em casa hoje. Pedi para que meu tio deixasse e ele concordou. Não aceito “não” como resposta:
            – Então tá. Vou falar o quê? – e riu.
            – Tá bom, venha lá pelas sete horas da noite, para jantar. Beijos.
            Discou mais um número.
            – Olá Andrew, tenho um convite para fazer: quer dormir aqui? Tô chamando o pessoal do nosso grupo. Vai ser legal. Vamos jantar conversar, nos divertir... E aí, aceita?
            – Nossa Juliet! Como posso recusar?
            – Ótimo, então avise Lilian, Bryan e Maicon também. Eles estão aí?
            – Obviamente, eles moram aqui comigo, né?
            Os dois deram risadas. Juliet estava ficando cada vez mais contente.
            Agora ligaria para a outra república, onde moravam: Billy, Denny e Douglas.
            O telefone deu três toques e foi Billy quem atendeu.
            – Alô?
            – Oi, é a Juliet. Tudo bem? Estou chamando a galera para passar um dia, quer dizer, uma noite aqui em casa, vamos jantar e conversar, o que acha?
            – Ahm, como assim? Passar uma noite seria dormir aí?
            – Isso mesmo.
            – Hmm, ótimo então Juliet, eu aceito o seu convite! Nossa, nem acredito que vou ficar bem perto do Sr. August, sou fã dele, sabia?
            – Ah sim. Obrigada. Mas preciso que convide Denny e Douglas também. Tá?
            – Sim, sim. Pode deixar, iremos sim. Eu falo com eles aqui. Nossa! Não vejo a hora!
            – Eu também! – disse Juliet rindo. – Então tchau! Às sete, ok?
            – Combinado.
            Juliet desligou. Discou o número das outras amigas, que dividiam um apartamento.
            – Olá Elita! Tudo bem por aí? Quero fazer um convite a você e à Lucy, é o seguinte: hoje vou dar um jantar para os amigos e quero que durmam aqui. Portanto, espero as duas, às sete.
            – Como? Espera um pouco. – ouviu-se Elita gritando por Lucy. – Ela já está vindo Juliet. Pode marcar minha presença aí. Tá? Beijo, tchau!
            – Alô? – agora era Lucy quem estava na linha. E depois de ouvir o convite ela perguntou: – E o Denny, só para saber, ele vai também?
            – Hmm, eu não sei, mas acho que sim. Acabei de falar com o Billy que se encarregou de dar o recado. Creio que ele venha. Por quê?
            – Ah, nada, bobagem... Vou sim. Estaremos aí. Às sete, não é mesmo? Então tá... Outro. Tchau! – e desligou.
Pronto. Juliet já fizera sua parte. Agora era só esperar.
            Abeline pediu para que ela desse algumas dicas sobre o cardápio daquela noite. “Não precisa ser uma coisa muito diferente tia Be, faça o que quiser, creio que gostarão de tudo. Ah, e faça as sobremesas no capricho, como sempre! Eles vão adorar”.
            Finalmente a hora tão esperada fora anunciada pelo relógio de Juliet. 19h00. Poucos minutos depois um carro chegou ao portão da mansão. Os seguranças chamaram Juliet pelo interfone. “Oi senhorita Juliet, estão três rapazes aqui na portaria: o Sr. Billy, Sr. Denny, e Sr. Douglas, a sua procura”.
            – Deixe-os entrar. Obrigada!
            O trio ficou impressionado, antes mesmo de entrarem na mansão. E quando entraram, ficaram de queixo caído. Era muito bonita.
            Carol, Elita e Lucy, que chegaram juntas depois de Lilian, Andrew, Maicon e Bryan. Estavam os dez enchendo o local de elogios. Ficavam olhando para todos os cantos, abobalhados com tanta riqueza.
            – Estão com fome? – perguntou Juliet quando eles deram uma trégua.
            Jantaram. E repetiram. O “rango” estava muito bom, segundo Maicon. Todos concordaram. Juliet estava encantada. “Que bom que tudo está dando certo”.
            Após o delicioso jantar, eles foram pegar as mochilas nos carros. Tinham que trocar de roupa. Ficaram até às vinte e uma horas conversando na sala, até que foram para os quartos. Não estavam com sono, portanto, continuaram conversando. Juliet dera toda liberdade para eles: – Sintam-se em casa – dissera.
            Eles ficaram jogando conversa fora durante uma hora.
            Andrew levara um jogo de tabuleiro muito conhecido e divertido. Eles se reuniram na grande sala para jogar. Era um jogo de estratégia, por isso, demorou muito para acabar. Alguns estavam bocejando de dez em dez minutos, o sono estava chegando aos poucos.